quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fotos do trecho Alexânia/GO - Samambaia DF




A Marcha da Reforma Agrária do Século XXI chegou a Samambaia, no Distrito Federal, ontem, nessa terça-feira dia 30. 

Aqui a Marcha permanece até o próximo sábado e atividades de formaçao sobre reforma agrária, Empresas Agrícolas Comunitárias e agroecologia serao promovidas com os marchantes, que estao alojados no Estádio Municipal do municipio de Samambaia. 

Neste trecho da Marcha tivemos a participaçao da companheira Vânia Araújo, da coordençao nacional, que caminhou com a companheirada todo o trecho de mais de 20 km.

A próxima parada será o Núcleo Bandeirantes. Estamos quase em Brasília!






domingo, 28 de agosto de 2011

Protestos dos movimentos sociais começam a dar resultado – governo anuncia “pacote de reforma agrária”

O Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), movimento social que promove a “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” – caminhando quase 250 km com cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de Goiânia a Brasília, de 21 de agosto a 7 de setembro, para debater uma concepção atualizada para a questão agrária brasileira – participa ativamente do conjunto de manifestações desta semana das entidades que lutam pela terra no país e que caracterizou o compromisso do governo federal pela inserção da reforma agrária como um elemento central da gestão Dilma.

O governo federal anunciou que irá preparar um programa de assentamentos para o período 2012-2014 e liberar, de imediato, R$ 400 milhões para compra de terras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).  A estimativa é de que esse crédito beneficie cerca de 20 mil famílias.

Outras medidas foram anunciadas pelo governo: ampliação dos recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para beneficiar 400 mil famílias; construção até 2014 pelo Ministério da Educação, de 30 Institutos de Educação Profissional e Tecnológica e 350 escolas no campo, além de instituir um programa de alfabetização de adultos; o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) se comprometeu a financiar a instalação de agroindústrias cooperativadas no campo e o Ministério do Meio Ambiente anunciou a criação do programa “Bolsa Verde” para 15 mil famílias que moram em assentamentos e em área extrativistas.

Além disso, serão criados grupos de trabalho interministeriais, com a participação dos movimentos sociais do campo, para tratar do uso de agrotóxicos e organizar o Plano Nacional de Agroecologia.


COLOCAR EM PAUTA UMA “REFORMA AGRÁRIA DO SÉCULO XXI” É O OBJETIVO DA MARCHA
A “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” também comemora os anúncios do governo e prepara um grande ato público na chegada a Brasília, no dia 6 de setembro, além da participação no Grito dos Excluídos, no dia 7. “As manifestações dos movimentos sociais começam a dar resultado. Quando chegarmos a Brasília teremos agendas oficiais com o Planalto Central e reafirmaremos esses compromissos do governo”, informa Edmilson Lima, da coordenação nacional do MLST.

Durante esta semana houve, além da presença da Marcha cruzando o Estado de Goiás, protestos e ocupações em 19 Estados e em Brasília, Militantes da reforma agrária ocuparam o Ministério da Fazenda por sete horas e na quarta-feira, dia 24, uma passeata dos movimentos junto com centrais sindicais e entidades estudantis levou 15 mil ativistas para a capital federal. Houve ocupações de dez sedes do Incra nos Estados.

Neste mesmo período, os cerca de mil marchantes que atravessam a pé o Estado de Goiás até Brasilia tem promovido debates pelas cidades onde passam para “afirmar que a luta pela reforma agrária e pelo fim da miséria rural é tão importante para eles quanto para os sem-terra”, opina Lima.

“Essa dura, mas necessária Marcha que estamos promovendo, com a dedicação e esforço dos camponeses, tem justamente esse objetivo – colocar em pauta uma reforma agrária do século XXI como uma alternativa economicamente eficiente, socialmente justa e ambientalmente sustentável. O MLST acredita que a Reforma Agrária do Século XXI é uma necessidade para o desenvolvimento do país e é indispensável para erradicar a pobreza e a miséria do nosso Brasil”, explica o dirigente nacional do Movimento.

A chamada “reforma agrária do século XXI” propõe um modelo de Pólos de Assentamentos e agricultores familiares organizados através de Empresas Agrícolas Comunitárias. Nestas empresas os assentados e as assentadas e agricultores e agricultoras familiares são os empreendedores(as) e proprietários(as), cuja produção, agregação de valor e incorporação tecnológica se baseiam nos princípios da agroecologia e a gestão é participativa, solidária e democrática.


A MARCHA CRUZA GOIÁS E SE APROXIMA DO DISTRITO FEDERAL
A Marcha chegou no fim da manha deste domingo, dia 28, à cidade goiana de Alexânia, depois de haver percorrido mais de 25 km partindo de Abadiânia. Um debate sobre índices de produtividade do campo brasileiro – cuja alteração é entendida como fundamental para uma profunda transformação do atual modelo agrário excludente que vigora no país – será promovido no acampamento improvisado da Marcha na tarde de domingo.
Na terça-feira, dia 30, a Marcha da Reforma Agrária do Século XXI caminhará mais de 20 km para chegar ao seu próximo destino, na cidade de Samambaia, no Distrito Federal.

sábado, 27 de agosto de 2011

Fotos do trecho Anápolis - Abadiânia









“Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” chega a Abadiânia


A caminhada do trecho entre Anápolis e Abadiânia iniciou ainda antes das cinco da manha e terminou depois quase 11h desta sexta-feira, dia 25. Os mais de mil participantes da “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” percorreram mais de 24 km, com bom humor e muita animação, até chegar a quarta cidade do roteiro da atividade convocada pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que se iniciou no dia 21 de agosto na cidade de Goiânia. Militantes de dez estados da Federação atravessam a pé os quase 250 km que separam a capital goiana do Distrito Federal promovendo debates sobre uma concepção atualizada para a reforma agrária brasileira.

A cidade de Abadiânia é famosa internacionalmente por sediar a Casa de Dom Inácio de Loyola, onde o médium João Teixeira de Faria, mas conhecido como “João de Deus, realiza suas cirurgias sem anestesia. Um dos lados da cidade, que é dividida pela rodovia federal BR-060, é ocupado principalmente por hotéis, pousadas e pontos comerciais voltados para o público estrangeiro que visita constantemente o local.

A recepção da cidade à Marcha foi calorosa e interessada. A imprensa local acompanhou a chegada da Marcha que se instalou no ginásio municipal e parte este domingo, dia 28, para sua próxima parada, em Alexânia, enfrentando outros 25 km.


Índices de Produtividade -

Nesta que será a última cidade antes do Distrito Federal a Marcha ficará duas noites e promoverá na tarde de domingo, às 14h, um debate de formação sobre índices de produtividade no Brasil com o professor da Universidade Federal de Goiás, Claúdio Maia.
Na terça-feira, dia 30, a Marcha partirá para Samambaia, no Distrito Federal.



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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Algumas fotos dos dois primeiros trechos da Marcha














“Vou andar por esse mundão pela reforma agrária” – 60 km percorridos em dois dias



Não desceram do ônibus na Esplanada dos Ministérios para fazerem dali o curto trajeto até o Congresso Nacional, em Brasília. Mesmo o trecho de 16 km do inicio do Eixo Monumental até a Praça dos Três Poderes seria pouco para caracterizar como “marcha” – diferentemente das atividades que estão em voga na agenda de atividades dos movimentos populares no Brasil e que recebem esse nome – o tamanho da jornada a que se propuseram. Ali são quase 250 km, entre Goiânia a Brasília, de chinelos, sandálias ou mesmo pés descalços que os cerca de 1200 trabalhadores e trabalhadoras rurais convocados pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) caminham para debater com as autoridades governamentais, e com o conjunto da sociedade brasileira, uma concepção atualizada e desafiadora da questão agrária brasileira – a reforma agrária do século XXI.

“É pesado mesmo, meu filho. Já tá me doendo o ´espinhaço´, mas vamos firme que a gente chega”, afirma dona Ciça, 58 anos, enquanto toma fôlego e segue com passos convictos e ficando para trás na fileira da Marcha, no segundo dia da caminhada, 27 km entre Teresópolis e Anápolis. É nessa cidade goiana de 400 mil habitantes que a “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI – Aperte a mão de quem o alimenta” descansa na Feira Coberta desde o meio-dia de quarta-feira, dia 24, para nesta sexta-feira, dia 26, iniciar às 5h da madrugada um longo trajeto de 30 km até a próxima parada, na cidade de Abadiânia.

Dona Ciça veio de Barreiros, interior de Pernambuco, numa viagem de 48 horas de ônibus com a delegação de camponeses daquele Estado para se juntar ao grupo em Goiânia e dali enfrentar o desafio de tão longa caminhada. “Tô preocupada com a minha hortinha lá em casa, porque as minhas meninas tem as atividades delas e não sei se vão cuidar direito. Mas eu avisei: ´Vou com o Movimento andar no mundão uns dias, minhas filhas, e depois volto”, conta sorridente.

O sacrifício e superação por parte dos marchantes caracterizam esse processo de legitimação do debate da importância e da necessidade de construir uma reforma agrária que seja uma política de estado para a superação da pobreza no país, e não apenas uma política de compensação das mazelas que o agronegócio gera na agricultura familiar brasileira. “Uma reforma agrária do século XXI deve valorizar os assentamentos, proporcionar condições de produção e agregação de valor, produzir a partir de métodos agroecológicos, sem veneno e preservando o meio-ambiente, criando condições para dignificar, valorizar o agricultor no meio rural. Empresas Agrícolas Comunitárias e políticas específicas para a mulher e para a juventude rural são formas de cumprir esse papel”, analisa a coordenadora nacional do MLST, Vânia Araújo.

A atmosfera que envolve a caminhada é um retrato de uma experiência política e social singular. A “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” é uma espécie de ritual de longa duração que busca comunicar com a sociedade e o governo os propósitos de um projeto político para a reforma agrária que estão em consonância com o atual cenário do campo brasileiro.

O dia-a-dia dos marchantes não deixa de apresentar tensões e muitas dificuldades. Nos últimos cinco quilômetros antes do local de concentração em Anápolis um caminhão teve que levar pouco a pouco os militantes já exaustos sob o sol forte do início da tarde. Dias longos, noites curtas, as refeições, às vezes magras e às pressas, nem sempre são suficientes. No entanto, à medida que a Marcha avança, uma melhor estrutura e logística é estabelecida. A água para o banho faltou no primeiro dia, mas na Feira Coberta havia inclusive banheiros químicos e as equipes de limpeza e higiene deixavam o local em completa ordem.

PRESENÇA DO DEPUTADO FEDERAL ELVINO BOHN GASS

O deputado federal Elvino Bohn Gass, Secretário Nacional Agrário do PT e membro titular da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, participou na tarde desta quarta-feira, dia 24, de uma mesa de debates sobre assentamentos de reforma agrária no acampamento da Marcha, em Anápolis, juntamente com o prefeito da cidade, Antônio Gomide.

“O lema desta Marcha é um resumo fundamental: apertar a mão de quem alimenta o Brasil, do agricultor familiar, é a valorização necessária para a reforma agrária no Brasil”, disse o deputado. Bohn Gass, que organiza um seminário nacional sobre juventude rural no final deste mês, destacou que “um dos grandes desafio da agricultura familiar é a sua própria continuidade e por isso é preciso dar mais atenção aos jovens que vivem no meio rural”. O debate animou os marchantes que ao final entoaram lemas e convidaram o deputado a estar presente na chegada da Marcha em Brasília, no dia 6 de setembro.

Nesta quinta-feira,dia 25, os marchantes participaram de uma capacitação em agroecologia e produção orgânica de alimentos na Escola Agrícola de Anápolis. Uma manha de troca de informações e aprendizagem numa oficina coordenada pelo secretário de Meio Ambiente e Agricultura do município, Luiz Henrique Fonseca.


Confira algumas das próximas paradas da “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI” a partir deste sexta-feira, dia 26:

26/8 - Trecho: Anápolis - Abadiânia
Distância: 30 Km

27/8 -  Trecho: Abadiânia – Alexânia
Distância: 30 Km

29/8 - Trecho: Alexânia – Povoado do Engenho
Distância: 25 Km

30/8 - Trecho: Povoado do Engenho – Divisa Goiás/Brasília
Distância: 25 Km

31/8 -  Trecho: Divisa Goiás/Brasília - Samambaia
Distância: 25 Km


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

No lançamento da Marcha "Aperte a mão de quem o alimenta", presidente nacional do INCRA anuncia o Fórum Nacional de Reforma Agrária

O governo federal quer discutir mais amplamente o papel do INCRA na reforma agrária e são as organizações dos trabalhadores que dirão o que o Instituto deve fazer. É o que afirmou o presidente nacional do instituto, Celso Lacerda, no ato público de lançamento da “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI”, no último domingo. Desde ontem (22/08) mais de mil trabalhadores e trabalhadoras rurais, de dez estados da Federação, caminham mais de 200 km sob o forte sol do Estado de Goiás, saindo da capital, Goiânia, rumo à Brasília, para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de recolocar a reforma agrária na agenda política nacional.

A atividade promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) afirma a importância de se dar mais peso ao eixo da Inclusão Produtiva do programa “Brasil Sem Miséria” da presidenta da república Dilma Roussef através da valorização da agricultura familiar e dos assentamentos de reforma agrária. Segundo o coordenador nacional do MLST no Rio Grande do Norte, Edmilson Lima, “trata-se de uma estratégia de superação da pobreza no país, implementando um reordenamento da questão agrária no Brasil através de uma reforma agrária do século XXI”.

O presidente do INCRA reconheceu a importância da manifestação e garantiu que nas próximas semanas o debate para institucionalizar um fórum oficial com a
participação dos movimentos sociais sobre a reforma agrária no governo federal será concluído. “O caráter que esse fórum terá é o que definirá a sua importância e por isso o papel dos movimentos sociais é fundamental. A minha vontade é que ele seja um fórum deliberativo”, afirmou Celso Lacerda que também adiantou que a coordenação do fórum estará a cargo do secretário geral da presidência da república, ministro Gilberto Carvalho.

Lacerda ainda destacou que a Marcha da Reforma Agrária do Século XXI contribui muito para o debate com vários segmentos da sociedade sobre as reivindicações do trabalhador rural que “são pauta de toda a sociedade brasileira”. Segundo o presidente do Instituto, “o INCRA ainda falha em divulgar os dados que revelam o quão positivo a reforma agrária tem sido para este país, mas logo apresentaremos também uma pesquisa que apresenta o quanto se produz e quantidade de renda gerada pela agricultura família”, anunciou.


APERTE A MÃO DE QUEM O ALIMENTA –
Além do presidente do INCRA, o ato público de lançamento da Marcha no domingo, dia 21, contou com a presença da deputada federal Marina Sant’Anna, e dos deputados estaduais de Goiás, Izaura Ramos e Mauro Rubem. Junto dos trabalhadores estiveram ainda a representante da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Isolete Wichinieski, e Antonio Chagas, representando a CUT. A prefeitura de Goiânia também participou da mesa oficial através do secretário de educação, Péricles de Castro, bem como os superintendentes regionais do Incra de Goiás e do Distrito Federal, Jorge Tadeu Jatobá e Marco Aurélio Bezerra da Rocha, respectivamente. O MLST foi representado pelo seu coordenador nacional e um dos fundadores do movimento, Bruno Maranhão, e pelo coordenador do MLST em Goiás, Aparecido Ramos.

A Marcha já percorreu quase 60 km em apenas dois dias. O grupo de mais de mil trabalhadores e trabalhadoras rurais está hoje em Anápolis (GO), onde permanece por duas noites. Da Escola Municipal Professor Lorenzo, em Goiânia, se deu a partida na manha de ontem até a localidade de Teresópolis, e mais sete cidades do estado de Goiás receberão a visita dos militantes da reforma agrária do século XXI antes da Marcha chegar à capital federal, no dia 6 de setembro.

Primeiro dia de caminhada da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI



Dia 22 de agosto, às 6h da manha, os marchantes começaram a deixar a Escola Municipal Professor Lourenço Ferreira Campos rumo à cidade de Terezopolis, a cerca de 30 km de distancia de Goiânia.


Foram cinco horas de caminhada, musica, solidariedade e interação. Não foram raras as manifestações de apoio dos motoristas de carros e caminhões que passaram durante percurso da Marcha. Por volta das 12h35min, chegamos ao primeiro ponto de parada da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI, onde pernoitamos para seguir caminhando no dia seguinte rumo à cidade de Anápolis.


Ato de Lançamento da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI


Delegações de trabalhadores e trabalhadoras do campo de todo o país começaram a chegar a Goiânia no dia 20 de agosto para dar início à Marcha da Reforma Agrária do Século XXI. A Escola Municipal Prof. Lourenço Ferreira Campos, em Jardim Guanabara III, foi o lugar que acolheu os/as marchantes.

No dia 21 de agosto de 2011, no Ginásio de Esportes da escola, ocorreu o Ato de Lançamento da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI.



Durante o ato, compuseram a mesa: Celso Lacerda (Presidente do INCRA), Jorge Tadeu (Superintendente do INCRA – Goiás), Marco Aurélio (Superintendente INCRA – DF), Marina Sant’anna (Deputada Federal – PT/GO), Joaquim Ferreira da Silva (Chefe da Divisão de Obtenção INCRA-DF), Péricles de Castro (Secretaria Municipal de Educação de Goiânia), Bruno Maranhão (Coordenação Nacional do MLST), Aparecido Ramos (Coordenação Nacional do MLST), Isaura Lemos (Deputada Estadual PDT/GO e Presidente da Comissão Agrária da Assembléia Legislativa de Goiás), Saulo Reis (Representante do Deputado Estadual pelo PT-GO, Mauro Rubem), Antônio Chagas (Representante da CUT Goiás), Cícero Rocha (Representante da Comunidade Negra de Jardim Guanabara – Goiânia-GO), Roseli Maria Valeriano de Oliveira (Diretora da Escola Municipal Prof. Lourenço Ferreira Campos), Isolete Wichinieski (Coordenadora da CPT) e Adilson Vieira (Coordenador Regional da CPT).

Liderança feminina na Marcha da Reforma Agrária do Século XXI

Uma das principais lideranças nacionais pela reforma agrária é uma mulher, filha de cortadores de cana do interior de Pernambuco, que entrou para a luta pela transformação da estrutura agrária brasileira aos 18 anos, depois de haver participado de uma ação de ocupação de uma fazenda, em 1996. Hoje ela é da coordenação nacional do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) – o segundo maior movimento social pela reforma agrária no Brasil – faz pós-graduação em Soberania, Segurança Alimentar e Agroecologia no semi-árido pernambucano e dirige a mais importante atividade da história do Movimento – A Marcha da Reforma Agrária do Século XXI.

Vânia Araújo se preocupa em dar pelo menos um breve retoque na maquiagem antes de tirar as fotos para a entrevista. Ajeita o cabelo, vai até o espelho, passa um batonzinho. Mas quando se trata de dar opinião suas respostas são diretas e contundentes. “A reforma agrária no Brasil ainda é vista como uma política de compensação, e não como um projeto de desenvolvimento”.

Para a representante do MLST essa é a reconfiguração do debate sobre a reforma agrária que se faz necessário para garantir um projeto estruturador de desenvolvimento para o país. E isso será alcançado quando a reforma agrária for finalmente entendida como um processo de inclusão social, com distribuição de terra e produção de alimentos.


UMA MARCHA DE 200 KM –
Assim como outros movimentos sociais, o entendimento do MLST é de que a reforma agrária não é tarefa só de um setor da sociedade, mas do conjunto dos atores sociais, do campo e da cidade.

É por isso que foi proposta a realização da “Marcha da Reforma Agrária do Século XXI”, como um importante meio de recolocar a questão da reforma agrária na agenda política nacional. “A Marcha vai chamar a atenção para a necessidade de dar mais peso ao Eixo da Inclusão Produtiva, o menos desenvolvido dos três pontos do Programa de Combate a Miséria do governo Dilma. Queremos mobilizar tanto os setores ligados a questão da terra, bem como parlamentares, prefeitos e governadores e sociedade civil em geral com o objetivo de discutir o papel da reforma agrária na superação da pobreza no país”, explica Vânia.

Serão milhares de militantes e simpatizantes da reforma agrária, em diferentes delegações de vários movimentos sociais, que irão participar de todo o percurso, mais de 200 km de Goiânia a Brasília, passando por mais de dez cidades durante 15 dias, iniciando no dia 21 de agosto.

O lema da Marcha é “Aperte a mão de quem o alimenta”, porque, como explica a militante, já esta comprovado pela própria ONU que a agricultura familiar e assentamento de reforma agrária são responsáveis pela produção de 70% da produção de alimentos básicos da mesa do brasileiro e 74% da mão de obra do campo.


AGRONEGÓCIO X AGROECOLOGIA
O foco central da Marcha será, justamente, a questão da produção de alimentos agroecológicos em oposição a produção de alimentos utilizando veneno - da forma como realiza a monocultura do agronegócio brasileiro.

Desde sua fundação o MLST coloca que como diretriz política o inimigo da reforma agrária não é mais o latifúndio improdutivo, senão o agronegócio. Isso é o que embasa, segundo Vânia, o conceito de reforma agrária do século XXI porque abre um embate direto contra o modelo agrícola excludente que é promovido pelo agronegócio: monocultura, utilização de veneno, desemprego. “Já denunciamos isso há muito tempo, e outros movimentos, ao reconhecerem hoje também que o inimigo é o agronegócio, revela que há uma correlação de forças no Brasil que unem os movimentos sociais do país sob a bandeira da denúncia da exclusão no campo brasileiro”, analisa.

Por isso a disputa com o agronegócio é necessária: se o projeto do agronegócio é concentração, o da agricultura familiar e do assentamento de reforma agrária é a democratização da terra; o agronegócio estabelece a monocultura, a agricultura familiar promove a diversificação de alimentos; o agronegócio produz alimentos utilizando agrotóxicos e sementes modificadas, a agricultura familiar defende a produção de alimentos orgânicos, com métodos agroecológicos e inclusão de mulheres e jovens.

“Há uma incompatibilidade entre o agronegócio e a agroecologia. São projetos antagônicos que estão em disputa”, afirma Vânia Araújo.

Para o argumento de que é o agronegócio que traz riqueza para o país ao equilibrar a balança comercial, Vânia lembra que também é o agronegócio que exporta matéria-prima. “Não temos beneficiamento de grãos, não agregamos valor, não geramos emprego, não temos indústria. Isso gera situações como uma Alemanha com o titulo de maior exportador de café do mundo, sem sequer produzir café. Eles compram de vários países, especialmente do Brasil, e lá beneficiam e exportam para outros locais. O agronegócio não promove o desenvolvimento da nação do ponto de vista da indústria e da geração de emprego”.


REFORMA AGRARIA DO SÉCULO XXI
Por isso o mote principal do projeto de reforma agrária do século XXI do MLST são as Empresas Agrícolas Comunitárias, que é exatamente o planejamento da produção nos assentamentos de reforma agrária para permitir que haja o beneficiamento da produção agregando valor e gerando emprego e renda.

“Com isso também queremos garantir produtos de melhor qualidade para a população brasileira. A humanidade hoje quer uma vida mais saudável e isso passa necessariamente pela alimentação de qualidade que quem pode prover é a agricultura familiar, e não o agronegócio”, pondera Vânia.

No dia 21 de agosto, no lançamento da Marcha, haverá a inauguração também da Empresa Agrícola Comunitária de Lacticínios do assentamento Che Guevara, no município de Itaberaí, em Goiás.

Ainda estão programadas para serem lançadas brevemente as Empresas Agrícolas Comunitárias de distribuição de alimentos em São Paulo, outras duas de laticínios em Minas Gerais e no sertão pernambucano, e uma de beneficiamento de frutas no Rio Grande do Norte.

“A agricultura familiar e o assentamento de reforma agrária não apenas cumprem um papel estratégico para o desenvolvimento do país, como também para a alimentação de qualidade para o mundo”, conclui a líder do MLST.

sábado, 20 de agosto de 2011

Caminhada de 250km pela Reforma Agrária do Século XXI inicia este domingo, dia 21 agosto

A partir deste domingo, dia 21 de agosto, milhares de pessoas dão inicio a uma das maiores manifestações de massa a favor da reforma agrária brasileira nos últimos dez anos – a Marcha da Reforma Agrária do Século XXI.

A Marcha da Reforma Agrária do Século XXI é um amplo projeto de articulação social promovidos pelo MLST e estabelecido através de uma caminhada de mais de 200 km de Goiânia até Brasília em parceria com as entidades de luta pela terra e a favor da reforma agrária como CPT, FETRAF, CUT e CMP, além de contar com o apoio do Incra e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A idéia é recolocar a questão da reforma agrária de volta a agenda política nacional, para a sociedade e para o governo federal. A base teórica é o projeto político de reforma agrária do MLST intitulado: “Reforma Agrária do Século XXI no Combate á Pobreza”.


O Ato Público de Lançamento da Marcha acontecerá DOMINGO, 21 de agosto de 2011, no Ginásio de Esportes Professor Lourenco Ferreira Campos
Rua GB11, n. 60, Jardim Guanabara III - Goiania-GO


A caminhada começará na segunda-feira, 22 de agosto, 5 da manha.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Programação completa da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI

21/8 – Ato Público de Lançamento da Marcha
Local: Praça Universitária – Setor Universitário – Goiânia/GO
Horário: 9h

22/8 – Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Goiânia – Terezópolis de Goiás
Distância: 30 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Atividade: Pernoitar

23/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Terezópolis de Goiás - Anápolis
Distância: 25 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Obs.: A marcha ficará em Anápolis nos dias 23, 24 e 25/8/11
Atividade: Formação Política e Seminário

26/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Anápolis - Abadiânia
Distância: 30 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Atividade: Pernoitar

27/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Abadiânia – Alexânia
Distância: 30 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Dias: 27 e 28/8
Atividade: Formação Política

29/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Alexânia – Povoado do Engenho
Distância: 25 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Atividade: Montar acampamento

30/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Povoado do Engenho – Divisa Goiás/Brasília
Distância: 25 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Atividade: Montar acampamento

31/8 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Divisa Goiás/Brasília - Samambaia
Distância: 25 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Dias: 31/8, 1º e 2/9
Atividade: Formação Política

3/9 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Samambaia – Núcleo Bandeirantes
Distância: 25 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Dias: 3 e 4/9
Atividade: Formação Política

5/9 - Saída da Marcha
Horário: 5h
Trecho: Núcleo Bandeirantes – Parque da Cidade (Plano Piloto)
Distância: 20 Km
Previsão de Chegada: entre 11 e 12h
Dias: 5 a 9/9
Atividade: Formação Política, Seminário, Agenda Governamental

Importante: no dia 7 de Setembro participaremos da Atividade do Grito dos Excluídos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Junte os seus pés à Marcha!

Dia 21 de agosto de 2011 teremos o Ato Público de Partida da Marcha da Reforma Agrária do Século XXI.

A concentração será na Praça Universitária, Setor Universitário – Goiânia/GO, a partir das 9h da manhã.

Seremos mais de 1200 pessoas, entre assentados, acampados e militantes da Reforma Agrária, chamando a atenção para o projeto político da Reforma Agrária do Século XXI, dialogando com a sociedade nessa grande atividade de massas.

Marcharemos pela Soberania Alimentar: sementes crioulas; autonomia da produção; quintais produtivos; economia solidária; praticas conservadoras do solo e manejo ecológico dos recursos naturais e o circuito curto de comercialização.

Marcharemos pela construção de Acampamentos Produtivos, Assentamentos Inteligentes e a Empresa Agrícola Comunitária, pela criação de Pólos de Desenvolvimento do campo brasileiro, gerando milhões de postos de trabalho, onde o ser humano será o empreendedor comunitário e não apenas um vendedor de sua força de trabalho.

Marcharemos contra o processo de financeirização em forma de commodities, impulsionada pelo agro-negócio, e que vem colocando em risco a segurança e a soberania alimentar e nutricional do nosso povo.


Junte-se a nós!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aperte a mão de quem o alimenta!

A Marcha da Reforma Agrária do Século XXI é de todas as pessoas que lutam para acabar com a fome e a miséria no Brasil. É a Marcha da confraternização dos que trabalham no campo e na cidade pela democratização da terra, para produzir alimentos saudáveis livres de agrotóxicos, pela soberania alimentar, para avançar na transformação social do país.

Saída: 21 de Agosto de 2011

212 km de caminhada desde a cidade de Goiânia rumo à Brasília

Chegada: 7 de setembro


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